sexta-feira, 25 de novembro de 2011

10 LIÇÕES SOBRE O AMOR À IGREJA

10 Lições sobre o Amor à Igreja
Paulo nos ensina, em 1 Tessalonicenses 3, 10 importantes lições sobre como podemos expressar nosso amor ao povo de Deus:
1.Devemos amar nossos irmãos em Cristo. Temos de amar a igreja de nosso Senhor, a qual ele comprou com o seu sangue (Atos 20.28).
2.Devemos nos preocupar com o estado da fé da igreja. Nosso amor pela igreja passa direto pela condição de sua fé.
3.Devemos agir em favor da igreja. Paulo mandou Timóteo para lá. Diante de uma situação grave, Paulo fez sacrifícios pessoais que o privaram de seu principal ajudador para apoiar o povo de Deus em Tessalônica.
4.Devemos usar nossas próprias experiências de sofrimento, lutas e até mesmo nosso lidar com o pecado como um meio para encorajar e fortalecer nossos irmãos que passam pelos mesmos problemas. Podemos ter a tendência de ser duros com quem está fraco na fé ou esmorece, mas nossa fé é dádiva de Deus e deve ser um instrumento para ganhar nossos irmãos. Que, como Paulo, nos identifiquemos com nossos irmãos em sua fraqueza e compartilhemos com eles o que temos recebido graciosamente de Deus.
5.Devemos viver e andar por fé. Nossa conduta deve ser determinada por princípios, não por circunstâncias. Não devemos responder aos problemas e aflições da vida segundo o calor do momento, mas tendo a eternidade diante de nós.
6.Devemos nos alegrar com o progresso da fé do povo de Deus. As vitórias e graça que Deus concede ao seu povo deve ser sempre motivo de regozijo e felicidade para nós. Temos de ter prazer nessas coisas, e isso só é possível se nosso coração e alegria estiverem no Senhor (Sl 37.4).
7.Devemos orar fervorosamente em favor do povo de Deus. Nossa lista de oração deve contemplar os problemas e situações da vida, certamente – mas, mais importante ainda, deve contemplar as necessidades espirituais e anelar pelo crescimento do povo na Palavra e nos dons divinos. Veja que Paulo, mesmo sabendo das lutas, ora por crescimento no amor. Ele sabia que era a fé forte e o amor inflado que dariam meios de resistência em meio as lutas.
8.Temos de ter um senso da providência de Deus. O Deus trino está governando toda nossa vida. Temos de entender os caminhos de Deus e reconhecer que ele é soberano em toda e qualquer situação. Isso deve afetar nossa conduta, a forma como vivemos e respondemos diante de adversidades. Jó disse: “Bem sei que tudo podes e que nenhum de seus planos podem ser frustrados”.
9.Devemos guardar nosso coração e pedir que Deus faça crescer nele amor para com nosso irmão na fé – isso nos levará a uma vida de “santidade e sem culpa” no meio da comunidade cristã, a igreja.  
10. Temos de ter a eternidade diante de nossos olhos. O toque da última trombeta deve ser tema de nossa mais profunda meditação. Jonathan Edwards, grande servo de Deus do passado, tinha esse senso da chegada de Cristo diante de si o tempo todo. Em suas resoluções, ele afirmou: “Resolvi jamais fazer qualquer coisa da qual eu deva ter medo, no caso de não restar mais do que uma hora para eu ouvir a última trombeta.”.
Encerro com as palavras do próprio Edwards, ao meditar sobre o retorno triunfante e definitivo de nosso Senhor Jesus Cristo:
“Cristo aparecerá na glória de seu Pai, junto de seus santos anjos, vindos nas nuvens do Céu…Essa será a mais inesperada visão para o mundo ímpio, a qual virá como um grito à meia noite. Mas com respeito aos santos, será uma visão de júbilo e a mais gloriosa de todas. Ver o Redentor vindo nas nuvens do Céu, encherá nosso coração da mais profunda e indizível alegria”.
Fonte:Blog Fiel

sábado, 19 de novembro de 2011

PASTOR IRANIANO CONTINUA SENDO PRESSIONADO NA PRISÃO


Pastor Yousef foi condenado à morte há um ano, depois de ser sentenciado pelo tribunal de apelações em Rasht, no Irã. Ele está preso e sua saúde está se deteriorando na prisão, de acordo com um dos membros da igreja do pastor.
Ele também disse que a comunicação com Yousef é muito limitada, mas que as fontes mais próximas do pastor dizem que ele está constantemente sendo torturado, tanto fisicamente como psicologicamente.
O tribunal de Rasht está ainda esperando para pronunciar o veredito final sobre o caso de Yousef. Fontes disseram que quando existe um grande silêncio para o tribunal se manifestar, é sinal de um mau presságio. Ao invés de pronunciar o veredito, o caso foi mandado para a autoridade islâmica do país, o aiatolá Aki Khamenei.
Enquanto está preso, as autoridades continuam pressionando o pastor Yousef a negar a sua fé enquanto está na prisão. No mês passado, alguns funcionários do governo lhe deram livros e folhetos islâmicos, para que ele desacredite na Bíblia ao ler o conteúdo do material.
Segundo boatos, a decisão sobre o caso do pastor pode ser divulgada na segunda metade de dezembro. Alguns acreditam que a sentença será divulgada perto da data do Natal para que a decisão não receba tanta atenção como recebeu nos últimos meses.
Continue orando pelo pastor Yousef e por sua família. Peça que Deus o proteja de todo mal dentro da prisão, sendo luz em meio às trevas. Peça também por sua família, para que sejam confortados e consolados no Senhor e que tenham paciência para esperar a vontade de Deus se concretizar nesse momento tão difícil.
FonteCompass Direct
TraduçãoLucas Gregório
Fonte: Missão Portas Abertas

sábado, 12 de novembro de 2011

COMO GLORIFICAR A DEUS NO TRABALHO

Por John Piper

Como Glorificar a Deus no Trabalho
Após duas semanas na Austrália, finalmente estou em casa. Estou transbordando de gratidão a Deus por Seus servos que lá estão, e pelo prazer de trabalhar juntamente com eles em Brisbane, Sidney e nas montanhas de Katoomba.
Uma das conferências intitulava-se Comprometidos e era destinada aos “jovens trabalhadores”, o que, em seu dialeto, significa jovens profissionais em ambiente de trabalho. Perguntaram-me, em uma entrevista, se considerava o foco desta conferência uma boa ideia. Respondi que sim, pois 1 Coríntios 10:31 diz: “ Portanto,quer comais quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”
Então perguntaram: Como jovens trabalhadores podem glorificar a Deus no trabalho?  E eis a essência de minha resposta:
Dependência. Vá para o trabalho totalmente dependente de Deus (Provérbios 3: 5-6; João 15:5). Sem o Senhor, você não pode sequer respirar, mover-se, pesar, sentir ou falar. Sem mencionar ser espiritualmente influente. Levante-se pela manhã e deixe que Deus saiba de seu desespero por Ele. Ore clamando por ajuda.
Integridade. Seja absoluta e meticulosamente honesto e merecedor de confiança em seu trabalho. Seja pontual. Pague o justo pelo dia de trabalho. “Não furtarás”. Muitas pessoas roubam seus empregadores tanto com sua indolência quanto com o roubo do dinheiro em caixa.
Habilidade. Seja bom naquilo que faz. Deus lhe agraciou não apenas com integridade, mas também, dando-lhe dons, habilidades. Valorize este dom e seja um bom administrador destas habilidades. O aperfeiçoamento nestas técnicas se constrói na dependência e na integridade.
Moldando ao grupo.  À medida em que você se tronar influente e oportuno,  molde a imagem de seu trabalho, de forma que as estruturas, políticas, expectativas e objetivos do mesmo sejam compatíveis com as de Cristo. Por exemplo, alguém está moldando a imagem deste restaurante chamado Chick-fil-A através deste vídeo.
Impacto. Almeje ajudar à sua empresa a impactar de maneira construtiva ao ser e não destrutiva à alma. Algumas indústrias possuem um impacto destrutivo (como por exemplo, indústrias pornográficas, de apostas, aborto, trapaças, etc.). Entretanto, é possível ajudar muitas empresas a caminharem em uma direção que lhes propicie vida, sem arruinar a alma. Assim que tiver a oportunidade, trabalhe para isso.
Comunicação. Locais de trabalho são uma rede de relacionamentos. Estes só são possíveis através da comunicação. Introduza sua cosmovisão cristã às conversas do dia-a-dia. Não esconda sua luz debaixo de uma cesta de lixo. Coloque-a em evidência naturalmente, alegremente e de maneira cativante. ‘os que amam a tua salvação digam sempre: O Senhor seja magnificado!’ (Salmos 40:16)
Amor. Sirva aos outros. Seja aquele que se dispõe primeiro a comprar a pizza, a dar carona, organizar o picnic. Desperte o interesse das outras pessoas no trabalho. Seja conhecido como aquele que se importa não apenas com as histórias alegres de fim de semana, mas com os fardos das pesadas e dolorosas manhãs de Segunda-feira. Ame seus colegas de trabalho e apresente a eles o grande Carregador de fardos.
Dinheiro. O trabalho é o lugar onde você ganha (e gasta) dinheiro, sendo o mesmo inteiramente de Deus, e não seu. Você é um administrador. Transforme seu salário em uma enxurrada de generosidade na qual você administra o dinheiro pertencente a Deus. Não trabalhe para ganhar e assim, ter. Trabalhe para ganhar e assim ter o que dar e investir em obras que exaltem a Cristo. Faça com que seu dinheiro anuncie a Cristo como seu tesouro supremo.
Agradeça. Sempre dê graças a Deus pela vida, saúde, pelo trabalho e por Jesus. Seja uma pessoa grata no trabalho. Não esteja entre os que reclamam. Deixe que sua gratidão a Deus superabunde em um espírito humilde de gratidão a outros. Seja conhecido como alguém cheio de esperança, humilde e grato.
Há muitas outras coisas a dizer sobre glorificar a Deus no ambiente de trabalho. Mas isto é o começo. Adicione-as à lista à medida em que Deus lhe mostrar. A questão é: O que quer que faça, o que quer que coma, beba ou onde trabalhe, faça tudo para que Deus pareça tão grande quanto Ele verdadeiramente é.
Desiring God Blog: www.desiringgod.org
Tradução: Luiza Schilagi de Araujo

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O ESSENCIAL DA REFORMA

Sem dúvida a data de 31 de outubro de 1517 é de grande transcendência na história universal. A Reforma exaltou verdades bíblicas que formam o sustentáculo de nossa evangelização. De uma maneira e outra, todos os cristãos evangélicos são herdeiros da Reforma. Embora tenha sido um movimento de profundas repercussões culturais, sociais e políticas, é de bom alvitre agarrarmo-nos aos fundamentos teológicos desta mensagem e, de maneira particular, à soteriologia dos reformadores. Para cumprir esse propósito, recorreremos a quatro grandes postulados da Reforma: Sola Gratia, Solo Christus, Sola Fide e Sola Scriptura
 
Só a graça 
Ensinam os reformadores que o pecador é justificado unicamente pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo. Neste caso, a graça é o favor divino que o homem não merece, mas que, em sua soberania e bondade, Deus quer dar-lhe. A salvação é obra de Deus, não do homem. Paulo diz: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto [a salvação] não vem de vós, é dom de Deus; não [vem] de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Em outra epístola, o apóstolo explica: “Se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.6). 
 
O homem estende a mão vazia para receber, não a mão cheia para oferecer. Não tem nada a oferecer em troca de sua salvação. Tampouco pode cooperar com a graça divina para salvar-se. Está morto em seus delitos e pecados. Somente se dispõe a receber o favor de Deus. 
 
O conceito de só pela graça é um golpe mui severo no orgulho humano. Aqui não há lugar para a auto-suficiência, nem para a arrogância do que pretende salvar-se a si mesmo e a outros, mesmo por meio de esforços que aos olhos da sociedade parecem mui nobres e heróicos.
 
Deus é sempre ‘o Deus de toda a graça’ (1 Pe 5.10). A salvação sempre foi, é e sempre será pela graça. Mas esta graça vem em plenitude na pessoa de Jesus Cristo (Jo 1.17). Cristo é o dom inefável de Deus ao mundo. O homem pode salvar-se em Cristo, não à parte de Cristo. 
 
Só Cristo 
A mensagem dos reformadores era cristológica e cristocêntrica. Assim deve ser a nossa. Jesus declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). E, segundo o apóstolo Pedro, “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). 
 
Compete-nos escutar de novo estas declarações que se opõem radicalmente a todo intento sincretista ou universalista. Gostemos ou não, o evangelho neo-testamentário é inclusivo e exclusivo. Inclui todos os que recebem a Jesus Cristo como único mediador entre Deus e os homens, e exclui todos os que resistem à graça de Deus. Não nos cabe incluir o que Deus não incluiu, nem excluir o que Ele não excluiu. 
 
Só Cristo salva. Mas, qual Cristo? Definitivamente não se trata aqui do Cristo dos dogmas de feitura puramente humana, nem do Cristo da imaginação antiga e moderna, nem do Cristo do folclore latino-americano, nem do Cristo superstar das sociedades opulentas do Norte, nem do Cristo dos poderosos interesses econômico-sociais em nosso continente, nem do Cristo dos ideólogos de última hora. O Cristo que salva é senão aquele que é revelado nas Escrituras. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo Deus — o Logos eterno, associado eternamente com o Pai e com o Espírito, criador e sustentador dos céus e da terra, o Senhor da vida e da história, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o “que é, que era e que há de vir”, o Todo-poderoso Senhor. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo histórico — manifestado no tempo e no espaço, em data precisa do calendário de Deus, na plenitude da história humana, no contexto de uma geografia, de um povo, de uma cultura, de uma sociedade. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo humano — engendrado pelo Espírito, concebido pela virgem Maria, participante de carne e sangue, “feito carne”, identificado plenamente com a humanidade. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo profeta — o arauto de Deus Pai, intérprete da Divindade, revelador da vontade divina para seu povo e para toda a humanidade. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo sacerdote — o que está assentado à direita da Majestade nas alturas e “tam-bém pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo rei, que está para vir — o Juiz de vivos e de mortos, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Cristo da renovação total. 
 
Só a fé 
A grande descoberta do frade Martin Lutero nas Escrituras foi que “o justo viverá por fé” (Rm 1.17). Essa verdade bíblica chegou a ser um grito de batalha na Reforma. 
 
A fé é a mão que recebe a dádiva de Deus em Jesus Cristo. Certamente para o evangelista João, receber a Cristo parece ser um equivalente de crer nele (Jo 1.12). Por meio da fé fazemos nossos os benefícios de Cristo crucificado e ressuscitado. É nesses benefícios que descansa nossa segurança eterna de salvação. 
 
A fé mediante a qual somos justificados não é cega, não é mera credulidade. Tampouco é a fé um mero assentimento à verdade revelada. É muito mais que um mero exercício intelectual. Ter fé é confiar, é abandonar-se nas mãos de Jesus Cristo, reconhecendo a enormidade de nossa culpa e a totalidade de nossa incapacidade para libertar-nos por nós mesmos do pecado. É admitir que os méritos humanos são inúteis para fins de justificação. É lançar mão do valor infinito da pessoa e obra do Filho de Deus. Ter fé em Jesus Cristo é deixar-se salvar por Ele. 
 
A fé implica também obediência. Quando o homem crê que o Evangelho é a verdade, sente-se na obrigação de obedecê-lo. Segundo a doutrina da Reforma, o pecador é justificado só pela fé, mas a fé que justifica não permanece só. Não é uma fé estéril, muito menos morta. O ensino de Tiago (2.14-26) se harmoniza plenamente com o ensino de Paulo, o qual afirma que não somos salvos por obras, mas sim, para obras que Deus “de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Estas boas obras são o fruto da salvação, não a causa dela. 
 
Crer em Jesus Cristo significa, além do mais, entrar em sério compromisso com Ele, com sua Igreja e com a sociedade. Não aceitamos Jesus Cristo para evadir nossas responsabilidades morais e viver como nos agrada, depois de haver adquirido uma apólice de seguro para a eternidade. No Evangelho há reclamos de caráter ético. 
 
Jesus teve o cuidado de advertir as multidões sobre as dificuldades do caminho que Ele lhes propunha. Não guardou silêncio sobre as exigências do discipulado. Ninguém poderia queixar-se de que Ele lhes enganara com a oferta de uma “graça barata”. Seu interesse estava na qualidade, não na quantidade de seus seguidores. 
 
Só a Escritura 
Aceitaram os paladinos da Reforma a autoridade suprema das Escrituras, não só no que diz respeito à doutrina da justificação pela fé. Eles determinaram submeter sua fé e sua vida ao ditame final do cânon bíblico, e não a outra autoridade, fosse a do magistério eclesiástico, ou a da razão natural, ou a dos impulsos do coração. Aceitaram e proclamaram as Escrituras como sua norma objetiva e final. Foi fundamentalmente por essa declaração que os reformadores e a Igreja oficial daqueles tempos dividiram seus caminhos. 
 
Nessa transcendental decisão, os reformadores não fizeram mais do que continuar uma longa tradição que vem desde os tempos do Velho Testamento e desde os dias de Cristo e seus apóstolos. Os profetas apelaram para a lei escrita como sua autoridade final. Cristo autenticou seu ministério ante o povo com a lei de Moisés, os profetas e os Salmos (Lc 24.44). Os apóstolos também se apoiaram na autoridade do Antigo Testamento. A Igreja antiga aceitou ambos os Testamentos e teve assim um cânon mais extenso ao qual apelar para suas decisões de fé e prática. Os reformadores fizeram que o “Assim diz o Senhor” e o “Está escrito” ressonassem poderosamente no âmbito da cristandade ocidental. 
 
Através dos séculos o princípio da Sola Scriptura tem sido ameaçado e desafiado pela razão natural, pelo sentimentalismo pietista, pela pressão eclesial (católica e protestante), ou pela presunção de líderes que se crêem superdotados para impor ao povo de Deus seu sistema de interpretação. 
 
Os reformadores advogaram não a livre interpretação, mas o livre exame das Escrituras. O sacerdócio universal dos crentes — outra das grandes doutrinas exaltadas pela Reforma — não autoriza a ninguém torcer e retorcer o texto bíblico. 
 
Se não acatarmos a norma objetiva das Escrituras, se não nos submetermos ao senhorio de Cristo, se não estivermos em sintonia com o Espírito Santo, se nos distanciarmos da comunidade da fé — seremos presa fácil do subjetivismo, ou do relativismo, ou poderemos cair ingenuamente na trama de uma ideologia, não importa de que cor seja ela. 
 

Nota
Artigo publicado originalmente na revista Ultimato nº 255 (Nov-Dez/1988), com o título A Soteriologia dos Reformadores. Emilio Antonio Nuñez é um conhecido teólogo da América Latina. Nascido em El Salvador, reside há muitos anos na Guatemala.
Fonte:ultimato
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