quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

COMO VAI SER 2012?

Quando olho o atual cenário da igreja evangélica brasileira – estou usando o termo “evangélica” de maneira ampla – confesso que me sinto incapaz de prever o que vem pela frente. Há muitas e diferentes forças em operação em nosso meio hoje, boa parte delas conflitantes e opostas. Olho para frente e não consigo perceber um padrão, uma indicação que seja, do futuro da igreja.

Há, em primeiro lugar, o crescimento das seitas neopentecostais. Embora estatísticas recentes tenham apontado para uma queda na membresia de seitas como a Universal do Reino do Deus, outras estão surgindo no lugar, como na lenda grega da Hidra de Lerna, monstro de sete cabeças que se regeneravam quando cortadas. A enorme quantidade de adeptos destes movimentos que pregam prosperidade, cura, libertação e solução imediata para os problemas pessoais acaba moldando a imagem pública dos evangélicos e a percepção que o restante do Brasil tem de nós. Na África do Sul conheci uma seita que mistura pontos da fé cristã com pontos das religiões africanas, um sincretismo que acaba por tornar irreconhecível qualquer traço de cristianismo restante. Temo que a continuar o crescimento das seitas neopentecostais e seus desvios cada vez maiores do cristianismo histórico, poderemos ter uma nova religião sincrética no Brasil, uma seita que mistura traços de cristianismo com elementos de religiões afro-brasileiras, teologia da prosperidade e batalha espiritual em pouquíssimo tempo.

Depois há o movimento “gospel”, que recentemente mostrou sua popularidade ao ter o festival “Promessas” veiculado pela emissora de maior audiência do país. Não me preocupa tanto o fato de que a Rede Globo exibiu o show, mas a mensagem que foi passada ali. A teologia gospel confunde “adoração” com pregação, exalta o louvor como o principal elemento do culto público, anuncia um evangelho que não chama pecadores e crentes ao arrependimento e mudança de vida, que promete vitórias mediante o louvor e a declaração de frases de efeito e que ignora boa parte do que a Bíblia ensina sobre humildade, modéstia, sobriedade e separação do mundo. Para muitos jovens, os shows gospel viraram a única forma de culto que conhecem, com pouca Bíblia e quase nenhum discipulado. O impacto negativo da superficialidade deste movimento se fará sentir nesta próxima geração, especialmente na incapacidade de impedir a entrada de falsos ensinamentos e doutrinas erradas.

Em Brasília, temos os deputados e senadores evangélicos que, gostemos ou não, têm conseguido retardar e mesmo impedir as tentativas de grupos ativistas LGTB de impor leis como o famigerado PL 122. O lado preocupante é que eles “representam” os evangélicos nestes assuntos e acabam, por associação, nos representando de maneira generalizada diante do grande público e da grande mídia. Por um lado, lamento que foram líderes de seitas neopentecostais e pastores de teologia e práticas duvidosas, em sua maioria, que conseguiram alcançar uma posição de destaque a ponto de serem ouvidos em Brasília. Esta é uma posição que deveria ter sido ocupada pelos reformados, como aconteceu em outros países. Mas, falhamos. E a bem da justiça, não posso deixar de reconhecer que Deus usa quem Ele quer para refrear, ainda que por algum tempo, a rápida deterioração da nossa sociedade. O que isto representará no futuro, é incerto.

Notemos ainda o rápido crescimento do calvinismo, não nas igrejas históricas, mas fora delas, no meio pentecostal. Não são poucos os pentecostais que têm descoberto a teologia reformada – particularmente as doutrinas da graça, os cinco slogans (“solas”) e os chamados cinco pontos do calvinismo. Boa parte destes tem tentado preservar algumas idéias e práticas características do pentecostalismo, como a contemporaneidade dos dons de línguas, profecia e milagres e um culto mais informal, além de uma escatologia dispensacionalista. Outros têm entendido – corretamente – que a teologia reformada inevitavelmente cobra pedágio também nestas áreas e já passaram para a reforma completa. Mas o tipo de movimento, igrejas ou denominações resultantes desta surpreendente integração ainda não é previsível. O que existe de mais próximo é o movimento neocalvinista, mas este é por demais vinculado à cultura americana para ser reproduzido com sucesso aqui, sem adaptações. Estou curioso para ver o que vai dar este cruzamento de soteriologia calvinista com pneumatologia pentecostal.

O impacto das mídias sociais também não pode ser ignorado. E há também o número crescente de desigrejados, que aumenta na mesma proporção da apropriação das mídias sociais pelos evangélicos. Com a possibilidade de se ouvir sermões, fazer estudos e cursos de teologia online, além de bate-papo e discipulado pela internet, aumenta o número de pessoas que se dizem evangélicas mas que não se congregam em uma igreja local. São cristãos virtuais que “freqüentam” igrejas virtuais e têm comunhão virtual com pessoas que nunca realmente chegam a conhecer. Admito o benefício da tecnologia em favor do Reino. Eu mesmo sou professor há quinze anos de um curso de teologia online e sei a benção que pode ser. Mas, não há substituto para a igreja local, para a comunhão real com os santos, para a celebração da Ceia e do batismo, para a oração conjunta, para a leitura em uníssono das Escrituras e para a recitação em conjunto da oração do Pai Nosso, dos Dez Mandamentos. Isto não dá para fazer pela internet. Uma igreja virtual composta de desigrejados não será forte o suficiente em tempos de perseguição.

Eu poderia ainda mencionar a influência do liberalismo teológico, que tem aberto picadas nas igrejas históricas e pentecostais e a falta de maior rapidez e eficiência das igrejas históricas em retomar o crescimento numérico, aproveitando o momento extremamente oportuno no país. Afinal, o cristianismo tem experimentado um crescimento fenomenal no chamado Sul Global, do qual o Brasil faz parte.

Algumas coisas me ocorrem diante deste quadro, quando tento organizar minha cabeça e entender o que se passa.

1 – Historicamente, as igrejas cristãs em todos os lugares aqui neste mundo atravessaram períodos de grande confusão, aridez e decadência espiritual. Depois, ergueram-se e experimentaram períodos de grande efervescência e eficácia espiritual, chegando a mudar países. Pode ser que estejamos a caminho do fundo do poço, mas não perderemos a esperança. A promessa de Jesus quanto à Sua Igreja (Mateus 16:18) e a história dos avivamentos espirituais nos dão confiança.

2 – Apesar de toda a mistura de erro e verdade que testemunhamos na sincretização cada vez maior das igrejas, é inegável que Deus tem agido salvadoramente e não são poucos os que têm sido chamados das trevas para a luz, regenerados e justificados mediante a fé em Cristo Jesus, apesar das ênfases erradas, das distorções doutrinárias e da negligência das grandes doutrinas da graça. Ainda assim, parece que o Espírito Santo se compraz em usar o mínimo de verdade que encontra, mesmo em igrejas com pouca luz, na salvação dos eleitos. Não digo isto para justificar o erro. É apenas uma constatação da misericórdia de Deus e da nossa corrupção. Se a salvação fosse pela precisão doutrinária em todos os pontos da teologia cristã, nenhum de nós seria salvo.

3 –  Deus sempre surpreende o Seu povo. É totalmente impossível antecipar as guinadas na história da Igreja. Muito menos, fazer com que aconteçam. Há fatores em operação que estão muito acima dos poderes humanos. Resta-nos ser fiéis à Palavra de Deus, pregar o Evangelho completo – expositivamente, de preferência – viver uma vida reta e santa, usar de todos os recursos lícitos para propagar o Reino e plantar igrejas bíblicas e orar para que nosso Deus em 2012 seja misericordioso com os seus eleitos, com a Sua igreja, com aqueles que Ele predestinou antes da fundação do mundo e soberanamente chamou pela Sua graça, pela pregação do Evangelho.

sábado, 17 de dezembro de 2011

JESUS EM QUINTO LUGAR NO BRASIL CRISTÃO


Saiu uma pesquisa no site da revista Forbes que mostra que Jesus Cristo está em quinto lugar no ranking dos nomes mais admirados pelos brasileiros. Na frente de Jesus estão Angelina Jolie, Lula, Silvio Santos e Bill Gates.

Acho que a pesquisa simplesmente revela o que já sabíamos. Ela mostra que apesar da grande maioria dos brasileiros declararem que acreditam em Deus, poucos realmente têm a fé correta. Mais de 90% dos brasileiros têm fé, mas em que e em quem? Somente a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador único pode realmente salvar. A pesquisa mostra um quadro mais realista da situação religiosa brasileira do que as pesquisas que indicam um grande número de pessoas que acreditam em Deus.

Acho também que a pesquisa mostra que grande parte dos que se declaram católicos ou evangélicos não freqüentam as igrejas ou não praticam sua religião. É preciso apenas esclarecer que a proporção de desigrejados e não praticantes é provavelmente muito maior entre os católicos do que entre os evangélicos. Apesar de menor do que se pensa, todavia há crescimento sensível no Brasil dos que professam fé verdadeira na pessoa de Jesus Cristo, conforme o encontramos nas Escrituras.

Outro dado interessante da pesquisa é que a maioria das pessoas entrevistadas dizem não acreditar que alguém precisa ser rico para ser feliz. Todavia, as pessoas que elas mais admiram, de acordo com a lista, são pessoas ricas ou milionárias, além de bem sucedidas.

O que transparece é que quando os brasileiros dizem que o dinheiro não traz felicidade, estão apenas sendo politicamente corretos. Os indícios de que todos desejam ser ricos estão em todo lugar. A própria teologia da prosperidade, que domina grande parte dos que se chamam evangélicos neopentecostais, é uma teologia que promete felicidade mediante o sucesso financeiro. Não somente a sociedade brasileira, como também a igreja evangélica brasileira, está profundamente influenciada pelo materialismo e secularismo que predomina no mundo ocidental hoje. 

O que nos fortalece é saber que Deus nunca deixou de ter uma igreja fiel que o ama e serve acima de todas as coisas.
Fonte: otempora - mores.blogspot.com

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

10 LIÇÕES SOBRE O AMOR À IGREJA

10 Lições sobre o Amor à Igreja
Paulo nos ensina, em 1 Tessalonicenses 3, 10 importantes lições sobre como podemos expressar nosso amor ao povo de Deus:
1.Devemos amar nossos irmãos em Cristo. Temos de amar a igreja de nosso Senhor, a qual ele comprou com o seu sangue (Atos 20.28).
2.Devemos nos preocupar com o estado da fé da igreja. Nosso amor pela igreja passa direto pela condição de sua fé.
3.Devemos agir em favor da igreja. Paulo mandou Timóteo para lá. Diante de uma situação grave, Paulo fez sacrifícios pessoais que o privaram de seu principal ajudador para apoiar o povo de Deus em Tessalônica.
4.Devemos usar nossas próprias experiências de sofrimento, lutas e até mesmo nosso lidar com o pecado como um meio para encorajar e fortalecer nossos irmãos que passam pelos mesmos problemas. Podemos ter a tendência de ser duros com quem está fraco na fé ou esmorece, mas nossa fé é dádiva de Deus e deve ser um instrumento para ganhar nossos irmãos. Que, como Paulo, nos identifiquemos com nossos irmãos em sua fraqueza e compartilhemos com eles o que temos recebido graciosamente de Deus.
5.Devemos viver e andar por fé. Nossa conduta deve ser determinada por princípios, não por circunstâncias. Não devemos responder aos problemas e aflições da vida segundo o calor do momento, mas tendo a eternidade diante de nós.
6.Devemos nos alegrar com o progresso da fé do povo de Deus. As vitórias e graça que Deus concede ao seu povo deve ser sempre motivo de regozijo e felicidade para nós. Temos de ter prazer nessas coisas, e isso só é possível se nosso coração e alegria estiverem no Senhor (Sl 37.4).
7.Devemos orar fervorosamente em favor do povo de Deus. Nossa lista de oração deve contemplar os problemas e situações da vida, certamente – mas, mais importante ainda, deve contemplar as necessidades espirituais e anelar pelo crescimento do povo na Palavra e nos dons divinos. Veja que Paulo, mesmo sabendo das lutas, ora por crescimento no amor. Ele sabia que era a fé forte e o amor inflado que dariam meios de resistência em meio as lutas.
8.Temos de ter um senso da providência de Deus. O Deus trino está governando toda nossa vida. Temos de entender os caminhos de Deus e reconhecer que ele é soberano em toda e qualquer situação. Isso deve afetar nossa conduta, a forma como vivemos e respondemos diante de adversidades. Jó disse: “Bem sei que tudo podes e que nenhum de seus planos podem ser frustrados”.
9.Devemos guardar nosso coração e pedir que Deus faça crescer nele amor para com nosso irmão na fé – isso nos levará a uma vida de “santidade e sem culpa” no meio da comunidade cristã, a igreja.  
10. Temos de ter a eternidade diante de nossos olhos. O toque da última trombeta deve ser tema de nossa mais profunda meditação. Jonathan Edwards, grande servo de Deus do passado, tinha esse senso da chegada de Cristo diante de si o tempo todo. Em suas resoluções, ele afirmou: “Resolvi jamais fazer qualquer coisa da qual eu deva ter medo, no caso de não restar mais do que uma hora para eu ouvir a última trombeta.”.
Encerro com as palavras do próprio Edwards, ao meditar sobre o retorno triunfante e definitivo de nosso Senhor Jesus Cristo:
“Cristo aparecerá na glória de seu Pai, junto de seus santos anjos, vindos nas nuvens do Céu…Essa será a mais inesperada visão para o mundo ímpio, a qual virá como um grito à meia noite. Mas com respeito aos santos, será uma visão de júbilo e a mais gloriosa de todas. Ver o Redentor vindo nas nuvens do Céu, encherá nosso coração da mais profunda e indizível alegria”.
Fonte:Blog Fiel

sábado, 19 de novembro de 2011

PASTOR IRANIANO CONTINUA SENDO PRESSIONADO NA PRISÃO


Pastor Yousef foi condenado à morte há um ano, depois de ser sentenciado pelo tribunal de apelações em Rasht, no Irã. Ele está preso e sua saúde está se deteriorando na prisão, de acordo com um dos membros da igreja do pastor.
Ele também disse que a comunicação com Yousef é muito limitada, mas que as fontes mais próximas do pastor dizem que ele está constantemente sendo torturado, tanto fisicamente como psicologicamente.
O tribunal de Rasht está ainda esperando para pronunciar o veredito final sobre o caso de Yousef. Fontes disseram que quando existe um grande silêncio para o tribunal se manifestar, é sinal de um mau presságio. Ao invés de pronunciar o veredito, o caso foi mandado para a autoridade islâmica do país, o aiatolá Aki Khamenei.
Enquanto está preso, as autoridades continuam pressionando o pastor Yousef a negar a sua fé enquanto está na prisão. No mês passado, alguns funcionários do governo lhe deram livros e folhetos islâmicos, para que ele desacredite na Bíblia ao ler o conteúdo do material.
Segundo boatos, a decisão sobre o caso do pastor pode ser divulgada na segunda metade de dezembro. Alguns acreditam que a sentença será divulgada perto da data do Natal para que a decisão não receba tanta atenção como recebeu nos últimos meses.
Continue orando pelo pastor Yousef e por sua família. Peça que Deus o proteja de todo mal dentro da prisão, sendo luz em meio às trevas. Peça também por sua família, para que sejam confortados e consolados no Senhor e que tenham paciência para esperar a vontade de Deus se concretizar nesse momento tão difícil.
FonteCompass Direct
TraduçãoLucas Gregório
Fonte: Missão Portas Abertas

sábado, 12 de novembro de 2011

COMO GLORIFICAR A DEUS NO TRABALHO

Por John Piper

Como Glorificar a Deus no Trabalho
Após duas semanas na Austrália, finalmente estou em casa. Estou transbordando de gratidão a Deus por Seus servos que lá estão, e pelo prazer de trabalhar juntamente com eles em Brisbane, Sidney e nas montanhas de Katoomba.
Uma das conferências intitulava-se Comprometidos e era destinada aos “jovens trabalhadores”, o que, em seu dialeto, significa jovens profissionais em ambiente de trabalho. Perguntaram-me, em uma entrevista, se considerava o foco desta conferência uma boa ideia. Respondi que sim, pois 1 Coríntios 10:31 diz: “ Portanto,quer comais quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”
Então perguntaram: Como jovens trabalhadores podem glorificar a Deus no trabalho?  E eis a essência de minha resposta:
Dependência. Vá para o trabalho totalmente dependente de Deus (Provérbios 3: 5-6; João 15:5). Sem o Senhor, você não pode sequer respirar, mover-se, pesar, sentir ou falar. Sem mencionar ser espiritualmente influente. Levante-se pela manhã e deixe que Deus saiba de seu desespero por Ele. Ore clamando por ajuda.
Integridade. Seja absoluta e meticulosamente honesto e merecedor de confiança em seu trabalho. Seja pontual. Pague o justo pelo dia de trabalho. “Não furtarás”. Muitas pessoas roubam seus empregadores tanto com sua indolência quanto com o roubo do dinheiro em caixa.
Habilidade. Seja bom naquilo que faz. Deus lhe agraciou não apenas com integridade, mas também, dando-lhe dons, habilidades. Valorize este dom e seja um bom administrador destas habilidades. O aperfeiçoamento nestas técnicas se constrói na dependência e na integridade.
Moldando ao grupo.  À medida em que você se tronar influente e oportuno,  molde a imagem de seu trabalho, de forma que as estruturas, políticas, expectativas e objetivos do mesmo sejam compatíveis com as de Cristo. Por exemplo, alguém está moldando a imagem deste restaurante chamado Chick-fil-A através deste vídeo.
Impacto. Almeje ajudar à sua empresa a impactar de maneira construtiva ao ser e não destrutiva à alma. Algumas indústrias possuem um impacto destrutivo (como por exemplo, indústrias pornográficas, de apostas, aborto, trapaças, etc.). Entretanto, é possível ajudar muitas empresas a caminharem em uma direção que lhes propicie vida, sem arruinar a alma. Assim que tiver a oportunidade, trabalhe para isso.
Comunicação. Locais de trabalho são uma rede de relacionamentos. Estes só são possíveis através da comunicação. Introduza sua cosmovisão cristã às conversas do dia-a-dia. Não esconda sua luz debaixo de uma cesta de lixo. Coloque-a em evidência naturalmente, alegremente e de maneira cativante. ‘os que amam a tua salvação digam sempre: O Senhor seja magnificado!’ (Salmos 40:16)
Amor. Sirva aos outros. Seja aquele que se dispõe primeiro a comprar a pizza, a dar carona, organizar o picnic. Desperte o interesse das outras pessoas no trabalho. Seja conhecido como aquele que se importa não apenas com as histórias alegres de fim de semana, mas com os fardos das pesadas e dolorosas manhãs de Segunda-feira. Ame seus colegas de trabalho e apresente a eles o grande Carregador de fardos.
Dinheiro. O trabalho é o lugar onde você ganha (e gasta) dinheiro, sendo o mesmo inteiramente de Deus, e não seu. Você é um administrador. Transforme seu salário em uma enxurrada de generosidade na qual você administra o dinheiro pertencente a Deus. Não trabalhe para ganhar e assim, ter. Trabalhe para ganhar e assim ter o que dar e investir em obras que exaltem a Cristo. Faça com que seu dinheiro anuncie a Cristo como seu tesouro supremo.
Agradeça. Sempre dê graças a Deus pela vida, saúde, pelo trabalho e por Jesus. Seja uma pessoa grata no trabalho. Não esteja entre os que reclamam. Deixe que sua gratidão a Deus superabunde em um espírito humilde de gratidão a outros. Seja conhecido como alguém cheio de esperança, humilde e grato.
Há muitas outras coisas a dizer sobre glorificar a Deus no ambiente de trabalho. Mas isto é o começo. Adicione-as à lista à medida em que Deus lhe mostrar. A questão é: O que quer que faça, o que quer que coma, beba ou onde trabalhe, faça tudo para que Deus pareça tão grande quanto Ele verdadeiramente é.
Desiring God Blog: www.desiringgod.org
Tradução: Luiza Schilagi de Araujo

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O ESSENCIAL DA REFORMA

Sem dúvida a data de 31 de outubro de 1517 é de grande transcendência na história universal. A Reforma exaltou verdades bíblicas que formam o sustentáculo de nossa evangelização. De uma maneira e outra, todos os cristãos evangélicos são herdeiros da Reforma. Embora tenha sido um movimento de profundas repercussões culturais, sociais e políticas, é de bom alvitre agarrarmo-nos aos fundamentos teológicos desta mensagem e, de maneira particular, à soteriologia dos reformadores. Para cumprir esse propósito, recorreremos a quatro grandes postulados da Reforma: Sola Gratia, Solo Christus, Sola Fide e Sola Scriptura
 
Só a graça 
Ensinam os reformadores que o pecador é justificado unicamente pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo. Neste caso, a graça é o favor divino que o homem não merece, mas que, em sua soberania e bondade, Deus quer dar-lhe. A salvação é obra de Deus, não do homem. Paulo diz: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto [a salvação] não vem de vós, é dom de Deus; não [vem] de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Em outra epístola, o apóstolo explica: “Se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.6). 
 
O homem estende a mão vazia para receber, não a mão cheia para oferecer. Não tem nada a oferecer em troca de sua salvação. Tampouco pode cooperar com a graça divina para salvar-se. Está morto em seus delitos e pecados. Somente se dispõe a receber o favor de Deus. 
 
O conceito de só pela graça é um golpe mui severo no orgulho humano. Aqui não há lugar para a auto-suficiência, nem para a arrogância do que pretende salvar-se a si mesmo e a outros, mesmo por meio de esforços que aos olhos da sociedade parecem mui nobres e heróicos.
 
Deus é sempre ‘o Deus de toda a graça’ (1 Pe 5.10). A salvação sempre foi, é e sempre será pela graça. Mas esta graça vem em plenitude na pessoa de Jesus Cristo (Jo 1.17). Cristo é o dom inefável de Deus ao mundo. O homem pode salvar-se em Cristo, não à parte de Cristo. 
 
Só Cristo 
A mensagem dos reformadores era cristológica e cristocêntrica. Assim deve ser a nossa. Jesus declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). E, segundo o apóstolo Pedro, “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). 
 
Compete-nos escutar de novo estas declarações que se opõem radicalmente a todo intento sincretista ou universalista. Gostemos ou não, o evangelho neo-testamentário é inclusivo e exclusivo. Inclui todos os que recebem a Jesus Cristo como único mediador entre Deus e os homens, e exclui todos os que resistem à graça de Deus. Não nos cabe incluir o que Deus não incluiu, nem excluir o que Ele não excluiu. 
 
Só Cristo salva. Mas, qual Cristo? Definitivamente não se trata aqui do Cristo dos dogmas de feitura puramente humana, nem do Cristo da imaginação antiga e moderna, nem do Cristo do folclore latino-americano, nem do Cristo superstar das sociedades opulentas do Norte, nem do Cristo dos poderosos interesses econômico-sociais em nosso continente, nem do Cristo dos ideólogos de última hora. O Cristo que salva é senão aquele que é revelado nas Escrituras. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo Deus — o Logos eterno, associado eternamente com o Pai e com o Espírito, criador e sustentador dos céus e da terra, o Senhor da vida e da história, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o “que é, que era e que há de vir”, o Todo-poderoso Senhor. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo histórico — manifestado no tempo e no espaço, em data precisa do calendário de Deus, na plenitude da história humana, no contexto de uma geografia, de um povo, de uma cultura, de uma sociedade. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo humano — engendrado pelo Espírito, concebido pela virgem Maria, participante de carne e sangue, “feito carne”, identificado plenamente com a humanidade. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo profeta — o arauto de Deus Pai, intérprete da Divindade, revelador da vontade divina para seu povo e para toda a humanidade. 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo sacerdote — o que está assentado à direita da Majestade nas alturas e “tam-bém pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). 
 
O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo rei, que está para vir — o Juiz de vivos e de mortos, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Cristo da renovação total. 
 
Só a fé 
A grande descoberta do frade Martin Lutero nas Escrituras foi que “o justo viverá por fé” (Rm 1.17). Essa verdade bíblica chegou a ser um grito de batalha na Reforma. 
 
A fé é a mão que recebe a dádiva de Deus em Jesus Cristo. Certamente para o evangelista João, receber a Cristo parece ser um equivalente de crer nele (Jo 1.12). Por meio da fé fazemos nossos os benefícios de Cristo crucificado e ressuscitado. É nesses benefícios que descansa nossa segurança eterna de salvação. 
 
A fé mediante a qual somos justificados não é cega, não é mera credulidade. Tampouco é a fé um mero assentimento à verdade revelada. É muito mais que um mero exercício intelectual. Ter fé é confiar, é abandonar-se nas mãos de Jesus Cristo, reconhecendo a enormidade de nossa culpa e a totalidade de nossa incapacidade para libertar-nos por nós mesmos do pecado. É admitir que os méritos humanos são inúteis para fins de justificação. É lançar mão do valor infinito da pessoa e obra do Filho de Deus. Ter fé em Jesus Cristo é deixar-se salvar por Ele. 
 
A fé implica também obediência. Quando o homem crê que o Evangelho é a verdade, sente-se na obrigação de obedecê-lo. Segundo a doutrina da Reforma, o pecador é justificado só pela fé, mas a fé que justifica não permanece só. Não é uma fé estéril, muito menos morta. O ensino de Tiago (2.14-26) se harmoniza plenamente com o ensino de Paulo, o qual afirma que não somos salvos por obras, mas sim, para obras que Deus “de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Estas boas obras são o fruto da salvação, não a causa dela. 
 
Crer em Jesus Cristo significa, além do mais, entrar em sério compromisso com Ele, com sua Igreja e com a sociedade. Não aceitamos Jesus Cristo para evadir nossas responsabilidades morais e viver como nos agrada, depois de haver adquirido uma apólice de seguro para a eternidade. No Evangelho há reclamos de caráter ético. 
 
Jesus teve o cuidado de advertir as multidões sobre as dificuldades do caminho que Ele lhes propunha. Não guardou silêncio sobre as exigências do discipulado. Ninguém poderia queixar-se de que Ele lhes enganara com a oferta de uma “graça barata”. Seu interesse estava na qualidade, não na quantidade de seus seguidores. 
 
Só a Escritura 
Aceitaram os paladinos da Reforma a autoridade suprema das Escrituras, não só no que diz respeito à doutrina da justificação pela fé. Eles determinaram submeter sua fé e sua vida ao ditame final do cânon bíblico, e não a outra autoridade, fosse a do magistério eclesiástico, ou a da razão natural, ou a dos impulsos do coração. Aceitaram e proclamaram as Escrituras como sua norma objetiva e final. Foi fundamentalmente por essa declaração que os reformadores e a Igreja oficial daqueles tempos dividiram seus caminhos. 
 
Nessa transcendental decisão, os reformadores não fizeram mais do que continuar uma longa tradição que vem desde os tempos do Velho Testamento e desde os dias de Cristo e seus apóstolos. Os profetas apelaram para a lei escrita como sua autoridade final. Cristo autenticou seu ministério ante o povo com a lei de Moisés, os profetas e os Salmos (Lc 24.44). Os apóstolos também se apoiaram na autoridade do Antigo Testamento. A Igreja antiga aceitou ambos os Testamentos e teve assim um cânon mais extenso ao qual apelar para suas decisões de fé e prática. Os reformadores fizeram que o “Assim diz o Senhor” e o “Está escrito” ressonassem poderosamente no âmbito da cristandade ocidental. 
 
Através dos séculos o princípio da Sola Scriptura tem sido ameaçado e desafiado pela razão natural, pelo sentimentalismo pietista, pela pressão eclesial (católica e protestante), ou pela presunção de líderes que se crêem superdotados para impor ao povo de Deus seu sistema de interpretação. 
 
Os reformadores advogaram não a livre interpretação, mas o livre exame das Escrituras. O sacerdócio universal dos crentes — outra das grandes doutrinas exaltadas pela Reforma — não autoriza a ninguém torcer e retorcer o texto bíblico. 
 
Se não acatarmos a norma objetiva das Escrituras, se não nos submetermos ao senhorio de Cristo, se não estivermos em sintonia com o Espírito Santo, se nos distanciarmos da comunidade da fé — seremos presa fácil do subjetivismo, ou do relativismo, ou poderemos cair ingenuamente na trama de uma ideologia, não importa de que cor seja ela. 
 

Nota
Artigo publicado originalmente na revista Ultimato nº 255 (Nov-Dez/1988), com o título A Soteriologia dos Reformadores. Emilio Antonio Nuñez é um conhecido teólogo da América Latina. Nascido em El Salvador, reside há muitos anos na Guatemala.
Fonte:ultimato

segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Emails a Jovem Cristã com Primeiro Namorado - contato físico

Enviada de: Augustus Nicodemus Lopes
Enviada em: 22/10/2011
Para: Maria do Socorro
Assunto: RES: Pastor, me ajude
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Oi, Maria do Socorro,

Fico feliz em saber que meu primeiro email ajudou você e o Cardoso a perceberem a importância da comunicação no namoro e como isto é importante como parte da preparação para o casamento.

Você pediu minha opinião sobre o contato físico no namoro. Tenho percebido que esta é uma área que provoca muitos problemas para os namorados cristãos. Beijos e abraços, depois de certos limites (que nem sempre são fáceis de colocar) despertam paixões e desejos que não devem ser satisfeitos no namoro, e que acabam levando os dois a passar dos limites. Não poucas vezes termina em relações sexuais no banco traseiro do carro, num motel ou na casa de alguém.

Como eu disse no email anterior, não há referências diretas na Bíblia ao namoro, uma vez que este tipo de relacionamento era completamente estranho para os israelitas e demais povos do Antigo Oriente. Todavia, encontramos vários principios na Palavra de Deus que podem nos ajudar nesta área. Menciono alguns aqui para vocês.

Primeiro, temos o princípio de não provocar ou despertar as paixões sexuais antes do tempo correto - que seria após o casamento. Veja o que Paulo escreveu aos crentes de Tessalônica:

3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; 
4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, 
5 não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; 
6 e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, 
7 porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. 
8 Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo" (1Tess 4:3-8).

Paulo faz um contraste entre os que foram chamados por Deus para a santificação, e os gentios que estão cheios de desejos de lascívia. Nós devemos nos manter longe da impureza e manter nossos corpos no caminho da santificação.

Veja o que Paulo diz no versículo 6, sobre "não ofender e não defraudar o irmão". "Defraudar" significa privar alguém de alguma coisa de forma ilegal. No contexto, pode ser interpretado da seguinte maneira: quando provocamos pelo abuso do contato físico desejos que não podem ser satisfeitos de maneira legítima fora do casamento, estamos defraudando o namorado ou a namorada. E Deus se vinga destas coisas (versículo 7-8).

Segundo princípio: o sexo é para o casamento. Já escrevi vários posts sobre este assunto:
 Por favor, leia todos eles e medite nestas palavras de Paulo, que resumem bem este princípio:

1  Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher;
2 mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido. 
3 O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido (1Cor 7:1-3).

Aqui percebemos claramente que a solução para a "impureza" - que no contexto é claramente de natureza sexual - é o casamento. Mais adiante, neste mesmo capítulo, Paulo escreve:

8  E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. 
9 Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado 1Cor 7:8-9).

É a mesma coisa: quem não consegue dominar-se e vive queimando no fogo da paixão sexual, deve casar logo, pois somente no casamento é que se pode satisfazer esta paixão de maneira legítima.

Portanto, meu conselho a vocês dois é este:

  1. Não fiquem muito tempo sozinhos em lugar reservado;
  2. Não se vista de maneira a provocar e despertar o Cardoso;
  3. Aprenda a dizer "não," se ele começar a passar dos limites. Estes limites não são fáceis de colocar, mas um bom referencial é o que chamamos de "zona erógena," aquelas partes de nosso corpo, além dos órgãos genitais, que reagem prontamente ao contato e à carícia, provocando excitação sexual e todas as demais coisas que vêm junto com isto;
  4. Não coloco uma lista de regrinhas, mas o princípio de evitar todo contato que vai despertar sexualmente, provocar excitamento, e levar muito próximo da quebra das barreiras do recato, domínio próprio e vergonha.

É claro que você e Cardoso estarão indo na contramão do que os jovens de hoje pensam, se seguirem o que estou dizendo. Mas casar virgem não é vergonha alguma. A virgindade é colocada na Bíblia como símbolo da pureza da Igreja, a noiva de Cristo.

Espero ter ajudado.

Um abraço,
Augustus

UMA CARROÇA CHAMADA IGREJA



Que a igreja é, digamos, lenta, é sabido. Mas daí a chamá-la de carroça parece exagero. Na verdade, o autor dessa metáfora quer dizer mais. Para ele, se levarmos em conta a velocidade das transformações que acontecem nas cidades, qualquer pastor, com sua teologia bíblica e sua experiência mística, se sente tão anacrônico quanto um jumentinho puxando uma carroça em plena avenida. 

Marcos Monteiro é o autor dessa idiossincrasia e acaba de lançar Um Jumentinho na Avenida — a missão da igreja e as cidades, pela Editora Ultimato. Mestre em filosofia e pastor itinerante no Nordeste brasileiro, Marcos Monteiro é, com a devida vênia, uma mistura de profeta e cantador. Embora se apresente também como um jumento que luta para tirar as talas que limitam a sua visão, o traço agudo em apontar as feridas e oportunidades da igreja-carroça fazem do seu texto uma leitura rica em teologia e na contextualização da mensagem bíblica, da verdadeira missão integral da igreja. 

Claro, o livro é também divertido. Às vezes, trágico. Mas o autor aprendeu a rir de si mesmo. A rir de nós mesmos, das nossas gravatas em pleno sol a pino ou dos púlpitos que cheiram a mofo, de igrejas “globalizadas”, mas cultural e regionalmente irrelevantes. A igreja-carroça precisa responder a algumas perguntas. O que fazer com a avenida? Deveríamos voltar ao tempo em que os jumentos podiam caminhar tranquilamente pelas ruas? E a carroça, deveríamos motorizá-la? 

As respostas não são fáceis. No entanto, é preciso aprender com o primeiro jumentinho ilustre, que andava muito bem acompanhado... 


Leia o livro 
• Um Jumentinho na Avenida — a missão da igreja e as cidades, Marcos Monteiro

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

EVANGELIZAÇÃO E MISSÕES

Apresentação do livro “Evangelização e Missões”:
                                    
Evangelização e MissõesA maior motivação para a ação missionária é tornar Deus conhecido e levar todos os homens a adorá-lo. Esse é o argumento de Tom Wells em seu pequeno clássico sobre missões. É isso que move todo esforço missionário, todo chamado e sacrifício. É o senso da glória e majestade de Deus que deve levar homens e mulheres a deixarem tudo, seu lar, família, conforto, país, cultura, para lançarem-se na tarefa deanunciar entre as nações a sua glória e entre todos os povos, as suas maravilhas. O salmista, aliás, demonstra no Salmo 147.1 que adorar a Deus deve ser o desejo mais intenso de todo homem.
Esse é o eixo em torno do qual tem girado todo ministério de ensino de John Piper: A realidade de que adorar a Deus e gozar sua presença é o principal tesouro, a grande conquista, a melhor porção, o bem mais precioso, a maior alegria e o prazer mais doce e intenso que o homem pode ter. Sua famosa frase, que diz que “Deus é mais glorificado em nós quando somos mais satisfeitos nele”, aponta para a necessidade de tornar Deus conhecido em sua plenitude e glória e por isso ele tem afirmado que a missão de sua vida é “espalhar paixão pela soberania de Deus em todas as coisas, para a alegria de todos os povos”.
Assim, concordo com Piper quando ele, desenvolvendo seu raciocínio, diz que “missões não são o alvo final da Igreja. A adoração é. Missões existem porque a adoração não existe. A adoração é o grande alvo, não missões. Porque Deus é o propósito final, não o homem.”
Um entendimento correto sobre o propósito de Deus é estritamente necessário se quisermos buscar adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Se o alvo das missões é tornar Deus conhecido para que os homens o adorem, é preciso então que os homens sejam atraídos a Deus pela mensagem que o próprio Deus encarnado, Jesus Cristo, trouxe à humanidade, o evangelho. Sem o evangelho, os homens não poderão ser salvos e não se tornarão adoradores de Deus. O Pr. Mark Dever foi muito feliz quando disse que “aquilo com que você ganha as pessoas é também aquilo para o que você as ganha. Se você as ganha com o evangelho, elas são ganhas para o evangelho [1].” Precisamos fazer missões com o evangelho.
É muito oportuno que atentemos para o importante assunto de missões. O cenário religioso no mundo está experimentando grandes transformações. O estudioso Philip Jenkins constatou que está ocorrendo expansões explosivas do cristianismo na África, Ásia e América Latina, mas projeta um crescimento impressionante de muçulmanos, que devem chegar a 25% da população mundial nas próximas décadas. Mark Noll também aponta em seu livro “The New Shape of World Christianity” para uma mudança no eixo do cristianismo global, apontando para África e Ásia como os continentes que, em breve, reunirão a camada mais numerosa de pessoas que professam a fé cristã, enquanto a Europa, berço da reforma protestante, regride sensivelmente. Na esteira dessas transformações todas, a igreja tem a responsabilidade e dever de investir. Parafraseando Piper, temos diante de nós três alternativas: ou investimos em missões como “enviadores”, ou investimos em missões como “enviados” ou desobedecemos.  A Igreja tem a responsabilidade vital de protagonizar este processo de ajuntamento de adoradores, que Deus vem realizando. Quando o senso da glória de Deus está cristalizado na convicção mais segura da igreja, ela realizará o trabalho missionário com confiança, disposição e alegria.
Meu desejo é que essa realidade final sobre missões seja o ideal de todo leitor desse livro. Esta pequena antologia de sermões selecionados de John Piper foi organizada com o propósito de levar o leitor a perceber esse elemento doxológico que permeia toda idéia de missões.
Organizei esse livro buscando traduzir, logo no primeiro capítulo, a idéia central de que todos os povos precisam da verdade, de que esta verdade foi revelada por Deus nas Escrituras. No capítulo dois vemos como é Deus quem opera, afinal, a salvação dos homens, em seguida, no terceiro capítulo, vemos como Deus usa, em sua providência, as mais diferentes circunstâncias para alcançar o perdido – e como podemos ser instrumentos da providência de Deus em alcançar almas. Os últimos dois capítulos falam sobre a santa ambição de pregar o evangelho de Cristo onde ele ainda não é conhecido e sobre como entregar nossas vidas para o trabalho missionário é ganho. O livro é concluído com uma oração de John Piper, sobre mudanças que ele [e, neste caso, eu também] deseja ver no cenário de missões globais. Este texto foi produzido como um pequeno manifesto, pela ocasião da conferência missionária de seu ministério, o Desiring God, realizada em setembro de 2011 sob o tema Finish the Mission – Bringing the Gospel to the Unreached and Unengaged (Complete a Missão – levando o evangelho para o não alcançado e não compromissado).
Desejo expressar minha profunda gratidão ao ministério do Pr. John Piper e sua perseverante insistência na glória de Deus como sendo o alvo de todo homem. Poucos homens representaram tão vividamente o pensamento e coração de Jonathan Edwards neste aspecto. Agradeço também ao ministério Desiring God, por sua inspiradora mensagem de espalhar a paixão pela glória de Deus a todas as nações. Agradeço de modo especial meu colega Bill Walsh, que gentilmente prefaciou o livro e o incentivou. Louvo a Deus pelo ministério da Editora Fiel, fruto do árduo trabalho missionário de Pr. “Ricardo” Denham. Sou grato pela oportunidade de preparar este livro na ocasião da 27ª Conferência Fiel para Pastores e Líderes, que terá como um dos preletores o Pr. John Piper, que trabalhará justamente o importante tema de Missões e Evangelização.
Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia. Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas. Porque grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado. Salmo 96.2-4

[1] Mark Dever & Paul Alexander. Deliberadamente Igreja (São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2008) p.54
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