terça-feira, 28 de agosto de 2012

A questão das riquezas - por: John Stott


.


Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
 (Mateus 6:24)


Jesus explica, agora, que além da escolha entre dois tesouros (onde vamos ajuntá-los) e entre duas visões (onde vamos fixar os nossos olhos) jaz uma escolha ainda mais básica: entre dois senhores (a quem vamos servir). É uma escolha entre Deus e Mamom: “Não podeis servir a Deus e a Mamom” (ERC); isto é, entre o próprio Criador vivo e qualquer objeto de nossa própria-criação que chamamos de “dinheiro” (“Mamom” é uma transliteração da palavra aramaica para riqueza). Não podemos servir dos dois.

Algumas pessoas discordam destas palavras de Jesus. Recusam-se a ser confrontadas com uma escolha tão rígida e direta, e não vêem a necessidade dela. Asseguram-nos que é perfeitamente possível servir a dois senhores simultaneamente, por conseguirem fazer isso muito bem. Diversos arranjos e ajustes possíveis parecem-lhes atraentes. Ou eles servem a Deus aos domingos e a Mamom nos dias úteis, ou a Deus com os lábios e a Mamom com o coração, ou a Deus na aparência e a Mamon na realidade, ou a Deus com metade de suas vidas e a Mamom com a outra.

Pois é esta solução popular de comprometimento que Jesus declara ser impossível: Ninguém pode servir a dois senhores...Não podeis servir a Deus e às riquezas (observe o “pode” e o “não podeis”). Os pretensos conciliadores interpretam mal este ensinamento, pois se esquecem da figura de escravo edono de escravo que se encontra por trás destas palavras. Como McNeile disse: “Pode-se trabalhar para dois empregadores, mas nenhum escravo pode ser propriedade de dois senhores”, pois “ter um só dono e prestar serviço de tempo integral são da essência da escravidão”. Portanto, qualquer pessoa que divide sua devoção entre Deus e Mamom já a concedeu a Mamom, uma vez que Deus só pode ser servido com devoção total e exclusiva. Isto simplesmente porque ele é Deus: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem”. Tentar dividir a nossa lealdade é optar pela idolatria.

E quando percebemos a profundidade da escolha entre o Criador e a criatura, entre o Deus pessoal glorioso e essa coisinha miserável chamada dinheiro, entre a adoração e a idolatria, parece inconcebível que alguém faça a escolha errada, pois agora é uma questão não apenas de durabilidade e benefício comparativos, mas sim de valor comparativo: o valor intrínseco de um e a intrínseca falta de valor do outro.

Autor: John R. W. Stott

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CRISTO E O ANTICRISTO: SEMELHANÇAS SUTIS, DIFERENÇAS VITAIS



Foto: Eliel Freitas Jr (flickr.com/photos/elielfj)Sabemos que a mentira não existe. O que existe é a corrupção da verdade. Uma grande mentira nasce de uma pequena mudança na verdade. Nossos primeiros pais foram enganados quando a serpente manipulou a verdade lançando a semente do engano. E assim tem sido na longa história da humanidade. O que Cristo oferece ao ser humano, o anticristo também oferece, com pequenas variações. As ofertas vêm sempre aos pares. As semelhanças são grandes, porém, as diferenças são fatais, tanto para o corpo como para o espírito.
 
Nem sempre é fácil distinguir uma coisa da outra. Principalmente em uma época de conceitos subjetivos e moral relativa. Geralmente, quando os valores tornam-se vagos e o narcisismo rompe com qualquer princípio absoluto, nosso julgamento é reduzido aos interesses privados de um ego carente. Neste cenário, as ofertas do anticristo tornam-se mais atraentes. 
 
Cristo e o anticristo desejam que tenhamos uma vida sem culpa. É claro que todos nós queremos viver sem culpa. O anticristo propõe eliminá-la. Você não é culpado de nada, quando muito, apenas cometeu uma pequena e justificada falta. O melhor a fazer é negá-la ou, quem sabe, minimizá-la. É isto que se vê nos livros de autoajuda, nas palestras motivacionais e nas inúmeras formas de terapia. Cristo também deseja que vivamos sem culpa, porém ele não a nega, mas a redime. A culpa existe, é real e traz consequências dramáticas para a vida. Ninguém resolve o problema da culpa simplesmente negando-a. Cristo resolve assumindo-a e oferece ao ser humano perdão, reconciliação e restauração por meio do arrependimento e da confissão.
 
Cristo e o anticristo desejam que sejamos felizes. A felicidade é um anseio básico do ser humano. O anticristo apresenta a felicidade como um direito, ou melhor, uma obrigação. Não importa o que é necessário fazer para obtê-la. Mereço ser feliz, devo ser feliz e serei feliz mesmo que isto gere infelicidade para os outros. É isto que seus porta-vozes estão afirmando por todos os cantos. Cristo também deseja que sejamos felizes. Não porque temos o direito nem porque merecemos. A felicidade que Cristo oferece é resultado de uma vida de confiança e entrega. Não é a que encontramos no final de uma conquista, mas a que nos acompanha à medida que andamos em humildade e mansidão. É no ato de nos doar em amor a Deus e ao próximo que experimentamos a vida feliz, e não na busca egoísta da satisfação de nossos desejos mesquinhos e infantis.
 
A liberdade é também um desejo comum de Cristo e do anticristo. A liberdade que o anticristo oferece é para fazer o que quiser, como quiser e quando quiser, como se isto fosse possível. Uma liberdade que, no final, nos transforma em reféns de nós mesmos, mergulhados em um mundo de ilusões e frustrações. Cristo também quer que sejamos livres. Paulo afirma que “foi para a liberdade que Cristo nos libertou”. E conclui dizendo: “Porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5.13). É somente no ato de amar que o ser humano encontra e expressa sua liberdade. 
 
As semelhanças são sutis. Os profetas do anticristo estão por toda parte oferecendo o que Cristo oferece. A diferença entre um e outro está na cruz. Tudo aquilo que nega a cruz, nos conduz à morte. Tudo o que vem da cruz, nos conduz à vida. C. S Lewis, no final do livro “Cristianismo Puro e Simples”, afirma: “Submeta-se inteiramente a Cristo e você encontrará a vida eterna. Não retenha nada. Nada em você que não tenha sido entregue será realmente seu. Nada em você que não tenha morrido ressuscitará da morte. Se você procurar a si próprio, encontrará, no decorrer do tempo, somente ódio, solidão, desespero, rancor, ruína e decadência. Porém, se você procurar a Cristo, você o encontrará, e com ele tudo o mais que você tiver renunciado”.
 
Artigo publicado originalmente na edição atual da revista Ultimato (julho-agosto).


Pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de Janelas para a Vida O Caminho do Coração.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Conselhos de pai para filho

 Provérbios 4.1.27
INTRODUÇÃO
Hoje é o dia dos pais e queremos trazer uma palavra da parte de Deus, o Pai das luzes, para os filhos. Este texto é uma espécie de testamento que Davi deixou para Salomão e este entregou a Roboão. Aqui temos muitas lições importantes a respeito de conselhos de pai para filho.
1. O aprendizado é um processo contínuo (4.3,4)
Davi dedicou-se a instruir Salomão desde a sua infância. A sabedoria que Salomão pediu a Deus foi fruto da instrução de seu pai desde a sua meninice. O legado que Salomão está entregando a seu filho, ele havia recebido de seu pai. O processo ensino-aprendizado deve passar de pai para filho, de geração para geração.
2. O aprendizado deve ser fundamento na verdade (4.2)
Davi deu boa doutrina a Salomão. Nós pais precisamos dar boa doutrina aos nossos filhos. Precisamos ensinar a eles a Palavra de Deus. Deuteronômio capítulo 6 diz que primeiro os pais vivem a verdade, depois a ensinam. Os pais devem ensinar com a vida antes de ensinar por preceitos.
Precisamos inculcar a verdade no coração dos filhos (Dt 6.7). Precisamos criá-los na disciplina e admoestação do Senhor (Ef 6.4). Precisamos ensiná-los no caminho em que devem andar (Pv 22.6).
I. OS FILHOS DEVEM BUSCAR A SABEDORIA MAIS DO QUE QUALQUER OUTRA COISA NA VIDA – (4.1-19)
A sabedoria é um dom de Deus (Tg 1.5). Salomão pediu a Deus sabedoria e recebeu com ela riquezas e glórias (1Rs 3.5-13). Davi disse para Salomão: 1) Adquire a sabedoria (4.5); 2) Não abandone a sabedoria (4.6); 3) Não deixe a sabedoria ir embora (4.13); 4) Ame a sabedoria (4.6); 5) Abrace a sabedoria (4.8).
Davi está ensinando a Salomão desde criança que a sabedoria vale mais do que dinheiro (4.7). Quantas falcatruas estão sendo feitas por causa do dinheiro. Os mensaleiros e as sanguessugas do congresso nacional provam que o dinheiro mal adquirido pode trazer conforto, mas na esteira da riqueza vem a vergonha, o opróbrio. Não vale a pena ganhar dinheiro com desonestidade.
Quais são os benefícios da sabedoria?
1. A sabedoria traz proteção (4.6,12)
Uma pessoa sábia não põe o pé no laço do passarinheiro. Uma pessoa sábia não anda na roda dos escarnecedores. Uma pessoa sábia foge de circunstâncias perigosas. A sabedoria é um freio que não o deixa resvalar os pés no terreno escorregadio da tentação.
Sansão tinha força nos braços, mas não sabedoria no coração. Ele pôs os seus pés nos terrenos escorregadios da tentação e acabou envergonhado e cego.
2. A sabedoria traz honra e exaltação (4.8,9)
A sabedoria promove você. Ela coloca você em destaque no meio da sua geração. Ela coroa você com um diadema de graça e põe na sua cabeça uma coroa de glória. Salomão pediu a Deus sabedoria e o Senhor fê-lo o homem mais sábio, mais rico e mais famoso da sua época. Enquanto o filho insensato é a tristeza da sua pai, o filho sábio é a alegria do seu pai. A sabedoria promove as pessoas.
O mundo hoje é dos espertos. As pessoas maquinam o mal e correm para praticá-lo. Mas, o final dessa linha tem escuridão. Mantém sua integridade. Não negocie os seus valores. Há seu tempo, Deus exaltará você. Se neste mundo você não for recompensado pela sua integridade, na glória você ouvirá: “Bom está servo bom e fiel, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei, entra no gozo do teu senhor”.
3. A sabedoria traz satisfação interior (4.4,13)
Salomão tinha experiência dos dois lados da vida. Houve um tempo em que ele buscou a felicidade na bebida, na riqueza, no sexo e na fama e o resultado foi uma total frustração (Ec 2.1-11).
Agora, porém, ele está dizendo que pela observância dos mandamentos de Deus é que vivemos (4.4) e quando guardamos a instrução, isso é a nossa própria vida (4.13). Essa vida é aquela realização interior. É aquele preenchimento do vazio. É aquela satisfação interior que o homem busca nas coisas e não encontra.
4. A sabedoria traz longevidades (4.10)
A obediência traz qualidade de vida e também vida longa. Honrar pai e mãe é o primeiro mandamento com promessa e a promessa é vida longa sobre a terra. A sabedoria é o melhor elixir da juventude. A paz interior produzida pela sabedoria é o melhor tônico para uma vida de qualidade. Os maiores tormentos que o homem experimenta são fruto da sua desobediência aos princípios de Deus.
Os prazeres que o mundo oferece atormentam a alma e roubam os anos de vida. O pecado mata. A desobediência aos pais é um caminho de morte.
5. A sabedoria traz livramento de más influências (4.14-19)
Precisamos colocar o ninho dos nossos filhos longe dos predadores. Davi abriu o livro de Salmos dizendo que feliz é o homem que não anda no caminho do ímpio, não se detém no caminho dos pecadores nem se assenta na roda dos escarnecedores (Sl 1.1). A ordem de Salomão em relação ao caminho do perverso é clara: 1) Não entres (4.14); 2) Não sigas (4.14); 3) Evita (4.15); 4) Não passes por ele (4.15); 5) Desvia e passa de largo (4.15).
Por que os filhos precisam fugir do caminho dos perversos?
5.1) Porque eles têm pressa para fazer o mal (4.14-16) – Eles empregam toda a sua energia para conceber e praticar o mal. O prazer deles é fazer as pessoas tropeçarem. Eles são agentes da morte, filhos do inferno, instrumentos do diabo. Os traficantes ficam nas portas das escolas. Exemplo: vejo na porta do Darwin a panfletagem ostensiva dos shows, onde tantos jovens se iniciam na bebida, nas drogas e no sexo antes do casamento.
5.2) Porque eles vivem desonestamente (4.17). O dinheiro que eles ajuntam não é limpo. Os bens que eles acumulam é fruto de roubo. A corrupção ativa e passiva é um câncer na sociedade contemporânea. As pessoas roubam, corrompem, matam e morrem por causa de dinheiro.
5.3) Porque eles caminham sem rumo na história (4.19). O caminho do perverso mesmo com muito dinheiro é cheio de escuridão, cheio de tropeços, cheio opróbrio e vai desembocar no inferno. Seguir esse caminho é caminhar na direção do juízo.
II. OS FILHOS DEVEM SER GOVERNADOS TOTALMENTE PELA SABEDORIA – (4.18,20-27)
A observância dos preceitos de Deus produz vida e saúde (4.22). Aqueles que buscam a sabedoria têm qualidade superlativa de vida física e espiritual.
Como podemos ser governados pela sabedoria?
1. Que a sabedoria trombeteie aos seus ouvidos (4.20)
Deixe que a instrução dos seus pais penetre em seus ouvidos. Abra seus ouvidos para ouvir os conselhos. O caminho da obediência pode ser o mais estreito, mas só ele o levará à bem-aventurança e ao céu.
2. Que a sabedoria proteja seus pés (4.26,27)
Não ande por caminhos tortos. Não entre em lugares onde seu coração seja tentado a pecar contra Deus. Não vá a nenhum lugar onde você não possa levar com você o Espírito Santo e honrar a Jesus. Você é templo da habitação de Deus: aonde você vai, você transporta a presença de Deus.
Evite o caminho dos malfeitores. Fuja das zonas de perigo. Busque a casa de Deus. Tenha pressa em estar na presença do Senhor.
3. Que a sabedoria proteja sua língua (4.24)
A língua é fogo e veneno. Ela pode incendiar e pode envenenar. Ela é seta e espada; ela fere e mata. O pecado que mais a alma de Deus abomina é espalhar contenda entre os irmãos. A língua pode ser instrumento de morte (Pv 18.21). Ela pode espalhar boataria ou ser instrumento de vida. Lembre-se que você dará contas no dia do juízo por todas as palavras frívolas que proferir.
Afasta da sua boca as palavras torpes, as piadas imorais. Evite a maledicência. Corra do juízo temerário. Abandone a tendência de criticar as pessoas. Sua língua pode ser uma fonte de vida, em vez de ser uma cova de morte.
4. Que a sabedoria proteja seus olhos (4.25)
Os olhos são a lâmpada do corpo. Se seus olhos forem bons, todo o seu corpo será luminoso. Todas as coisas são puras para os puros. Não alimente seus olhos com a impureza. Faça aliança com seus olhos para não entregá-los à lascívia. Desvia os seus olhos daquilo que pode ser um tropeço para seu coração. Evite a pornografia, pois ela pode ser uma cova para seus pés.
Não tenha olhos cheios de cobiça como os de Eva. Não tenha olhos gananciosos como os de Acã. Não tenha olhos lascivos como os da mulher de Potifar. Não tenha olhos cobiçosos como os de Geazi.
5. Que a sabedoria proteja seu coração (4.23)
A batalha é ganha ou perdida na trincheira do coração. Assim como o homem pensa no seu coração, assim ele é. É do coração que procede todo mau desígnio. A boca fala aquilo de que o coração está cheio.
Não basta ter uma boa aparência e um coração sujo. Muitos jamais foram com os pés num prostíbulo, mas no coração não saem dele. Muitos nunca pegaram uma arma para matar uma pessoa, mas muitos matam o próximo com o ódio. Muitos jamais adulteraram, mas no coração são adúlteros inveterados.
Com nossos gestos podemos impressionar os homens, mas Deus vê o coração. Só os puros de coração verão a Deus. Ore como Davi: “Que as palavras da minha boca e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu”.
CONCLUSÃO
O verso 18 fala que a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. Cristo é o caminho e ele é a luz. Os justos são guiados pela Palavra que é luz para os nossos pés. Eles são luz e andam na luz do Senhor. Essa é uma luz crescente. A cada dia tornamo-nos mais parecidos com Jesus. Estamos sendo transformados de glória em glória na imagem de Cristo. Caminhamos para a cidade da luz, onde teremos um corpo de glória que vai brilhar como sol no firmamento.
Pais instruam os seus filhos com sabedoria!
Filhos sigam os conselhos sábios de seus pais!
Pr. Hernandes Dias Lopes

sábado, 4 de agosto de 2012

Uma mãe aos pés do Salvador


Referência: Mateus 15.21-28

INTRODUÇÃO
Este texto nos mostra uma mãe aflita aos pés do Salvador. Elas estão por todos os lados, elas estão aqui. Por que sofrem as mães? Pelos seus filhos. Essa mãe, embora gentia tinha uma grande fé. Embora chegasse abatida, saiu vitoriosa.
Isso, porque a fé vem da graça divina e não da família que se tem ou da igreja que se frequenta. Spurgeon dizia que uma pequena fé levará a sua alma ao céu, mas uma grande fé trará o céu à sua alma.
I. UMA MÃE AOS PÉS DO SALVADOR TEM DISCERNIMENTO SOBRE O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS FILHOS – V. 22 
1. Ela discerne o problema que atinge sua filha – v. 22
Essa mãe sabia quem era o inimigo da sua filha. Ela sabia que o problema de sua filha era espiritual. Ela tem consciência que existe um inimigo real que estava conspirando contra a sua família para destruí-la.
Peter Marshal, pregou um célebre sermão no dia das mães e afirmou que elas são guardas das fontes. As mães são os instrumentos que Deus usa para purificar as fontes que contaminam os filhos.
Ilustração: Os dois homens que pescavam e viram crianças descendo afogadas. Depois da terceira criança, um saiu e disse: eu vou ver quem está jogando as crianças no rio.
2. Ela discerne a solução do problema que atinge sua filha – v. 22
Essa mãe percebeu que o problema da sua filha não era apenas uma questão conjuntural. Não era simplesmente a questão de estudar numa escolha melhor, morar num bairro mais seguro e ter mais conforto. Ela já tinha buscado ajuda em todas as outras fontes e sabia que só Jesus podia libertar a sua filha.
Ela vai a Jesus. Ela o busca. Ela o chama de Filho de Davi, seu título popular, aquele que fazia milagres. Depois o chama de Senhor. Finalmente, ela se ajoelha (v. 23). Ela começa clamando e termina adorando. Ela começa atrás de Jesus e termina aos seus pés.
II. UMA MÃE AOS PÉS DO SALVADOR TRANSFORMA A NECESSIDADE EM ADORAÇÃO 
1. Seu clamor foi por misericórdia – v. 22
Ela está aflita e precisa de ajuda. Ela pede ajuda a quem pode ajudar. Ela não se conforma de ver sua filha sendo destruída.
A sua dor a levou a Jesus. Ela viu os problemas como oportunidades de se derramar aos pés do Salvador. O sofrimento pavimentou o caminho do seu encontro com Deus.
Aquela mãe transformou sua necessidade em estrada para encontrar-se com Cristo. Transformou a necessidade em oportunidade de prostrar-se aos pés do Senhor. Transformou o problema no altar da adoração.
Deus às vezes, adia a solução dos nossos problemas, para que nós nos prostremos aos seus pés (Ana).
2. Seu clamor foi com senso de urgência – v. 22
Aquela mãe não perdeu a oportunidade. Aquele foi a única vez que Jesus foi às terras de Tiro e Sidom. Ela não perdeu a oportunidade. As oportunidades passam. É tempo das mães clamarem a Deus pelos filhos. É tempo das mães se unirem em oração pelos filhos. Precisamos ter um senso de urgência no nosso clamor.
Como você se comportaria se visse seu filho numa casa em chamas? Certamente teria urgência em intervir para a sua salvação. Tem você a mesma urgência para ver seus filhos salvos?
3. Seu clamor é cheio de empatia – v. 22
O problema da filha é o seu problema. Seu clamor era: “Tem compaixão de mim”. “Senhor, socorre-me”. Era sua filha que estava possessa. Ela sofria como se fosse a própria filha. A dor da sua filha era a sua dor.
O sofrimento da filha era o seu sofrimento. A libertação da filha era a sua causa mais urgente. Ilustração: A filha que tinha vergonha da mãe por causa da mão defeituosa.
III. UMA MÃE AOS PÉS DO SALVADOR ESTÁ DISPOSTA A ENFRENTAR QUALQUER OBSTÁCULO PARA VER A FILHA LIBERTA – V. 23-27 
Essa mãe é determinada. Como Jacó, ela agarra-se ao Senhor sem abrir mão da bênção. Ela não descansa nem dá descanso a Jesus. Ela enfrentou três obstáculos antes de ver o milagre de Jesus acontecendo na vida da sua filha.
1. O obstáculo do desprezo dos discípulos de Jesus – v. 23
Os discípulos não pedem a Jesus para atender essa mãe, mas para despedi-la. Não se importaram com a sua dor, mas quiseram se ver livre dela. Eles não intercedem em favor dela, mas contra ela. Eles a desprezaram em vez de ajudá-la. Eles tentaram afastá-la de Jesus em vez de ajudá-la a se lançar aos pés do Salvador.
2. A barreira do silêncio de Jesus – v. 23
O silêncio de Jesus é pedagógico. Há momentos que os céus ficam em total silêncio diante do nosso clamor.
É mais fácil crer quando estamos cercados de milagres. O difícil é continuar crendo e orando pelos filhos quando os céus estão em silêncio, quando as coisas parecem estar indo de mal a pior.
3. A barreira da resposta de Jesus – v. 24-26
a) Não fui enviado senão à Casa de Israel (v. 24) – Foram palavras desanimadoras. Ela, porém, em vez de sair desiludida e revoltada, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! Em vez de desistir de sua causa, adora e ora!
b) Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos- (v. 26) – Essa mãe longe de ficar magoada com a comparação, converte a palavra desalentadora em otimismo. Transforma a derrota em vitória. Busca o milagre da libertação da filha, ainda que isso represente apenas migalhas da graça.
c) Por que Jesus agiu assim com essa mãe? – Para despertar em seu coração uma fé robusta. Deus agiu assim noutras épocas: 1) Com Abraão – 25 anos para dar-lhe Isaque. Agora depois que o menino estava grande, pede-o em sacrifício; 2) Com as irmãs de Lázaro – Está enfermo. Chega depois de quatro dias.
IV. UMA MÃE AOS PÉS DO SALVADOR, TRIUNFA PELA FÉ E TOMA POSSE DA VITÓRIA DOS FILHOS – V. 28 
1. Jesus elogia a fé daquela mãe – v. 28
Mãe não desista de seus filhos. Eles são filhos da promessa. Eles não foram criados para o cativeiro.
A fé é morta para a dúvida, surda para o desencorajamento, cega para as impossibilidades e não vê nada, a não ser o seu sucesso em Deus.
A fé honra a Deus e Deus honra a fé. “Ó mulher, grande é a tua fé!”
George Muller disse que a fé não é saber que Deus pode; é saber que Deus quer.
A fé é o elo que liga a nossa insignificância à onipotência divina.
2. Aquela mãe recebeu pela vitória de sua fé a libertação da sua filha – v. 28
Jesus disse: “Faça-se contigo como queres. E desde aquele momento, sua filha ficou sã”. A fé reverteu a situação. O pedido foi atendido. A bênção chegou. A fé venceu.
Carlos Studd disse que a fé em Jesus ri das impossibilidades.
Agostinho disse que fé é crer no que não vemos e a recompensa dessa fé é ver o que cremos.
Aquela mãe voltou para a sua casa aliviada e encontrou a sua filha liberta. Ela perseverou. Ela se humilhou. Ela adorou. Ela orou. Ela prevaleceu pela fé.
CONCLUSÃO 
Mãe, não desista de orar pelos seus filhos. Não desista de crer que um milagre de Deus pode fazer de seus filhos uma bênção. Não aceite passivamente a decretação da derrota em sua casa.
Lute pelos seus filhos, ore por eles. Resista qualquer obra do inimigo na vida dos seus filhos. Não descanse até ver os seus filhos salvos. Talvez alguns ainda estão perdidos fora e dentro da igreja. Derrame-se aos pés do Senhor. E não saia até que você triunfe pela fé.
Nós podemos trazer nossos filhos ao Senhor pela oração. Faça isso e você também verá o milagre na vida de seus filhos.
Rev. Hernandes  Dias Lopes
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...