Filipenses 3.12-16
A Igreja Presbiteriana Filadélfia de Garanhuns está completando mais um ano de vida ou melhor dez anos de organização. É tempo de agradecer, louvar, adorar, engrandecer aquele que tem abençoado a igreja de maneira tão maravilhosa. É tempo de festejar, celebrar e comemorar tão grande benção. Mas, acima de tudo, é tempo de refletir. Afinal de contas trate-se de um ano de oportunidades mil. Oportunidades de evangelização, de crescimento, de amadurecimento, aprendizado;
Oportunidades de viver o compromisso e fidelidade ao Reino de Deus, bem como o amor, a comunhão, a humildade, o perdão, enfim os frutos do Espírito Santo. Este também foi um ano de expectativas e esperanças, planos e sonhos, embora nem todos tenham se realizado. Por todas as coisas nós somos chamados a refletir sobre a nossa caminhada como igreja, como irmãos em Cristo, sobre o que nós fizemos ou deixamos de fazer. Esse refletir é parte importantíssima da nossa caminhada cristã, porque a vida é um constante e infinito aprendizado.
É preciso lembrar das coisas passadas, pois um povo sem memória é um povo sem história, sem identidade, sem sabedoria. Entretanto, isso não significa que devemos ficar com os nossos olhos nas coisas do passado. Como o apóstolo Paulo nos lembra, é necessário estarmos com os nossos olhos fitos nos alvo. O alvo do cristão é Cristo. E tendo esta certeza em mente, quero conclamar toda a igreja para lembrar do passado: Primeiro rendendo graças a Deus por tudo aquilo que Ele tem realizado em nosso meio, não podemos nos esquecer das bençãos que o nosso bom Deus tem dispensado sobre nós durante estes dez anos de existência. Em segundo lugar devemos nos lembrar que o alvo ainda está para ser atingido. Há muito para ser realizado, há muito a ser feito na atualidade no nosso viver como igreja de Cristo nesta atualidade tão desafiadora. Assim sendo deixemo-nos alegrar, fortalecer pelas coisas passadas. Usemos a sabedoria adquirida no passado rumo ao futuro. E confessando humildemente que a Igreja não alcançou o alvo (estatura de Cristo), sigamos confiantes em direção a Jesus, sem olharmos as aparências, as dificuldades ou problemas, sigamos para soberana vocação a que fomos chamados.
Portanto, Jesus Cristo é nosso alvo, e como Ele próprio diz: " Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.(Apocalipse 2.10b).
Por Eli Vieira
sábado, 29 de setembro de 2012
domingo, 16 de setembro de 2012
A vida cristã não se reduz a mera profissão de lábios
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por João Calvino
E este é o lugar apropriado para dirigir-me aos que não têm Cristo além de um título exterior, e com isso já pretendem ser tidos como cristãos. 130 Afinal, com que despropósito se gloriam de seu sagrado nome quando, na realidade, nada há de intercâmbio com Cristo, a não ser com aqueles que da palavra do evangelho atingiram o reto conhecimento dele! Com efeito, o Apóstolo nega que aprenderam corretamente a Cristo todos aqueles que não foram ensinados que, despido o homem velho, que se corrompe segundo os desejos do erro, têm de vestir-se de Cristo [Ef 4.22-24].
E este é o lugar apropriado para dirigir-me aos que não têm Cristo além de um título exterior, e com isso já pretendem ser tidos como cristãos. 130 Afinal, com que despropósito se gloriam de seu sagrado nome quando, na realidade, nada há de intercâmbio com Cristo, a não ser com aqueles que da palavra do evangelho atingiram o reto conhecimento dele! Com efeito, o Apóstolo nega que aprenderam corretamente a Cristo todos aqueles que não foram ensinados que, despido o homem velho, que se corrompe segundo os desejos do erro, têm de vestir-se de Cristo [Ef 4.22-24].
Portanto, por mais eloquente e fluentemente falam acerca do evangelho, são acusados de falsamente, e até com agravo, arrogar-se o conhecimento de Cristo. Ora, esta não é uma doutrina de língua, mas de vida; não é apreendida apenas pelo intelecto e pela memória, como as restantes disciplinas, mas, afinal, é recebida então quando possui toda a alma e acha assento e guarida no afeto íntimo do coração. Logo, ou deixem de jactar-se afrontosamente contra Deus, daquilo que não são, ou se mostrem discípulos não indignos de Cristo, seu Mestre.
Temos dado o primeiro lugar à doutrina, na qual se contém nossa religião, uma vez que nossa salvação tem nela o ponto de partida. Mas, é necessário que ela nos seja penetrada no coração e nos seja traduzida no modo de viver, e nos transforme a tal condição que não nos seja infrutífera. Se com razão os filósofos se inflamam contra aqueles que, em professando uma arte que deva ser-lhes a mestra da vida, a convertem em loquacidade sofística, e os eliminam ignominiosamente de sua clã, com quanto mais razão teremos de detestar esses sofistas fúteis que se contentam em tagarelar o evangelho com os lábios. Evangelho cuja eficácia deveria penetrar nos mais profundos afetos do coração, arraigar-se na alma e afetar o homem por inteiro, cem vezes mais do que as frias exortações dos filósofos.
João Calvino. Institutas da Religião Cristã.
130. Primeira edição: “E aqui é o lugar de trazer às falas aqueles que, nada tendo de Cristo senão o nome e a marca, querem, no entanto, ser chamados cristãos.”
Fonte: Orthodoxia
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
REFORMA E AVIVAMENTO
Por Wilson Porte Jr.
A história de Israel é incrível. O amor de Deus pelo povo da aliança é algo que não encontra paralelo na imaginação ou literatura mundial. Um Deus que escolheu um homem, Abraão, e fez dele uma grande nação. É sempre oportuno lembrar que Abraão não podia ter filhos com sua esposa Sara. Para que o “filho da promessa” nascesse, era necessário um milagre do Senhor. E o milagre se chamou Isaque. Dele descendeu Jacó, cujo nome foi mudado para Israel. E deste descenderam as doze tribos de Israel.
Apesar de tantos sinais dados por Deus de Seu amor, cuidado e livramento, o povo de Israel sempre desconfiou de seu Deus. Nesta desconfiança, correu atrás de outros deuses que lhes pudessem conceder filhos, colheitas e vitórias militares.
Por causa disso, criaram uma separação entre eles e seu Deus (como profetizou Isaías), o que fez com o que reino do norte acabasse sendo levado pelos assírios e o reino do sul levado pelos babilônicos. Eles sofreram longe de sua terra e longe da paz que desfrutavam debaixo da proteção de Deus. Agora, estavam entregues às consequências de seus pecados.
Contudo, Deus não deixaria de ser fiel ao povo de Sua aliança. Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo (2Tm 2:13). E, como profetizado por Jeremias (Jr 29.10), depois de 70 anos, Deus os trouxe de volta à sua terra e à sua vida!
O livro de Esdras nos conta deste período da história de Israel, o momento do retorno àquilo que os judeus consideravam sua vida. A história narrada neste pequeno livro é uma das mais queridas pelo povo de Israel. O livro assim se divide:
- Soberanamente, Deus conduz o Império Persa em sua vitória sobre o Império Babilônico;
- Soberanamente, Deus move o coração dos reis e governadores de todo o Império Persa a fim de que estes concedessem aos judeus todas as condições de retornarem à sua terra e reconstruírem sua vida social e religiosa;
- Esdras nomeia as famílias dos que primeiro voltaram da Babilônia;
- Em sua chegada, eles começam a reedificar os lugares sagrados, onde podiam se encontrar com Deus e ter comunhão com Ele;
- A partir do capítulo sete, Esdras fala de um segundo grupo que voltou da Babilônia. Ele estava neste segundo grupo;
- Um tempo após chegarem, descobriu que o povo mantinha-se com os mesmos pecados que fizeram com que a nação sofresse por setenta anos no cativeiro. Esdras se desespera e ora a Deus por misericórdia;
- O livro termina com o povo se arrependendo de seu pecado e se comprometendo em corrigir os erros passados.
Pois bem, quais foram estes pecados? No capítulo 9, Esdras nos conta que os príncipes vieram a ele e lhe contaram que muitos em Israel haviam se casado com mulheres que não temiam a Deus. Muitas mulheres haviam se casado com homens sem nenhum temor ou compromisso com Deus. E a união entre alguém que teme a Deus e alguém que não teme sempre foi condenada pelas Escrituras.
Por causa deste pecado, Esdras chora em alta voz, fazendo com que muitos homens e crianças se reunissem ao seu redor. Foi Secanias que rompeu o choro do escriba Esdras. E suas palavras foram um desafio para o povo: nos arrependamos e despeçamos nossas esposas e maridos com todos os seus pecados, vícios e idolatrias.
Se isso lhe parece pesado, talvez seja por que você não entendeu ainda o quanto opecado, seja ele qual for, é pesado aos olhos de Deus. Deixar seus cônjuges aqui não significou um simples divórcio coletivo, mas um reconhecimento de que eles nunca deveriam ter desobedecido às Palavras do Senhor. De que eles estavam dispostos a fazer qualquer coisa para repararem este terrível mal. Veja que, em nenhum lugar da Bíblia somos incentivados ao divórcio. Deus odeia o divórcio, como Ele odeia o namoro/noivado/casamento entre seus filhos e pessoas que não o temem, amam e servem.
Isso não é para quem é forte o suficiente para fazê-lo. Isso é para quem O ama mais do que tudo neste planeta. Só pessoas arrependidas são capazes de abandonar seu pecado, não importando as consequências que isso traga.
Assim como aquele povo fez, Deus espera que eu você façamos também. Se você é filho de Deus, o pecado não deve ser abraçado e mantido dentro de você. Você deve lança-lo para longe de seus olhos e coração. Lute contra o pecado. Vença-o, ou ele vencerá você. O pecado jaz à porta, ... mas sobre ele tu deves dominar (Gn 4.7). Sobre ele (pecado), tu deves dominar!
Fuja do pecado, busque a santidade. Se você não fizer isso, você nunca verá o Senhor!Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Santificação traz paz, traz alegria, traz descanso para a alma. Não deixe de lutar para manter o pecado longe de sua vida.
A história de Israel é um lembrete deste perigo. E o livro de Esdras, um consolo para aqueles que lutam contra o pecado. O livro de Esdras nos lembra que sempre será tempo de buscarmos reforma e avivamento no povo de Deus. O livro de Esdras nos conforta e consola com o fato de que Deus nunca deixará de cuidar daqueles que são dEle, não importando a distância que este povo tenha percorrido fugindo de Seu Deus.
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